O MÊS DO ORGULHO
Nossa agência de conteúdo me passou o desafio de escrever este artigo sobre o Mês do Orgulho. Toda vez que vou escrever algo relacionado à comunidade LGBTQIAP+ faço questão de pesquisar e buscar novas referências, para ter certeza de que estou compartilhando informações corretas.
A primeira coisa válida é esclarecer o próprio Mês do Orgulho, que nem todos estão familiarizados. E aí precisamos voltar para 1969, quando aconteceu a Rebelião de Stonewall. Vou deixar a Louie Ponto, criadora de conteúdo e lésbica, explicar em um minuto:
Em resumo (se é que precisa), o Mês do Orgulho é uma maneira da comunidade LGBTQIAP+ chamar atenção para a realidade de gays, lésbicas, trans, queers, bissexuais, etc. Mostrar para o mundo que sim, em 2022 ainda sofremos preconceito, violência e descriminação.
No esporte a luta também continua. É visível que estamos evoluindo, mas temos um longo caminho pela frente. Mudanças nas regras do COI e discussões (saudáveis) sobre os direitos trans são exemplos de que quem está por trás da gestão esportiva está começando (mesmo que tarde) a fazer sua parte.
Para quem não sabe, as Olimpíadas de Tóquio foram as primeiras a ter atletas trans competindo, presentes no futebol, levantamento de peso e ciclismo BMX. Tóquio também entrou para a história como a mais diversa. Segundo a matéria do G1, o site OutSports fez um levantamento que indica que foram, pelo menos, 160 atletas lésbicas, gays, bissexuais, transgêneros, queer e não-binários assumidos. Os dois Jogos anteriores somavam juntos 79.
Por outro lado, vivemos tristes situações como as que estão acontecendo na Copa do Mundo do Catar. O primeiro ponto que gerou uma grande discussão foi a questão da proibição das bandeiras que representam a comunidade LGBTQIAP+ (arco-íris). Segundo o presidente do Comitê Nacional de Contraterrorismo no Catar, a proibição é uma maneira de proteger o torcedor e não de discriminá-lo: “se um torcedor levantar uma bandeira de arco-íris e eu tirá-la de sua mão, não seria porque eu quero ou porque estou insultando ele. Será para protegê-lo”.
Outra grande discussão que está correndo neste ano é sobre os hotéis no Catar estarem recusando reservas de pessoas gays. Dos 33 hotéis na lista de recomendados para hospedar fãs do esporte na Copa do Mundo, uma pesquisa mostrou que pelo menos um terço recusou hospedar ou mostrou preocupações com a estadia de casais LGBTQIAP+. Segundo uma matéria divulgada pela Hypeness em maio deste ano, jornalistas da Suécia, Dinamarca e Noruega fingiram ser casais gays e tentaram reservar quartos para suas luas de mel. Três hotéis listados no site da FIFA disseram “não”, apesar das autoridades da FIFA e do Catar insistirem que todos seriam bem-vindos em um país onde a homossexualidade é ilegal.
A sensação que eu (Tetê) tenho, é que ao dar um passo para frente, a humanidade dá dez para trás. Eu, uma mulher cis e lésbica, tenho dificuldade em acreditar que vivemos em um mundo tão hipócrita. Os exemplos que citei acima são mínimos comparados a tudo que