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BIA BULCÃO RUMO AOS JOGOS OLÍMPICOS DE PARIS 2024

Atualizado: 13 de jun. de 2023

Com medalha inédita para o país em 2019, Bia Bulcão já fez história ao ser a primeira brasileira na esgrima a conquistar lugar no pódio Pan-Americano. Agora a atleta busca realizar seu maior sonho: um lugar entre as melhores do mundo no palco olímpico.



Qual a sua história como atleta?

Bia Bulcão: Eu diria que a esgrima me escolheu. Desde pequena pratico esporte no Clube Pinheiros, onde minha família toda é sócia. Lá tem escolinha de vários esportes e você vai experimentando as modalidades que o clube oferece. E eu fui experimentando, eu sempre gostei muito de atletismo. Quando você termina, eles indicam quais modalidades você tem mais potencial. Eu fui indicada para atletismo e handebol, só que eu estudava em tempo integral. Não tinha as modalidades que eu queria fazer nesse horário, a única modalidade no clube que tinha era a esgrima. Eu comecei aos nove anos, era para me divertir. Só que logo nos primeiros treinos meu treinador na época, o Gennady, já chamou a minha mãe falando que eu tinha muito potencial, além de ser canhota, e falou para eu não desistir. Eu comecei a competir e logo aos 15 anos ganhei o Campeonato Pan-Americano Cadete. Vi que eu poderia ter um potencial maior internacionalmente, e aí eu resolvi me dedicar mais profissionalmente, visando aquele objetivo de classificar para a Olimpíada.


Um dos seus grandes sonhos é conquistar uma medalha olímpica. Agora com Paris 2024 se aproximando, como você faz para organizar suas metas e objetivos na carreira?

Bia Bulcão: Normalmente eu trabalho muito por ciclo. Tenho que estipular o que eu vou fazer por ciclo e quais competições que eu vou participar, então no início de cada ciclo eu monto um planejamento e traço meus objetivos e metas para cada temporada. Em relação a resultados, penso em qual posição eu quero estar no ranking, qual posição eu quero estar em uma determinada competição, e isso eu vou ajustando para ver em qual o nível que eu estou e que adaptações eu tenho que fazer no meu treino. Também considero se eu tenho que mudar alguma parte que talvez não esteja dando o resultado que eu esperava, algum treinamento físico ou alguma parte específica técnica, e aí eu vou adaptando baseado na variação do meu desempenho na competição.


E qual foi o ponto de virada da carreira até aqui?

Bia Bulcão: O Campeonato Pan-Americano em que eu competi no cadete, quando eu tinha em torno de 15 anos, em 2009. Já em 2010 eu estava na equipe adulta e participei do Mundial, eu lembro que era em Paris. Eu nunca tinha ido para Paris e eu sabia que lá era o berço da esgrima, até onde vai ser os Jogos Olímpicos de Paris. Eu foquei muito na equipe adulta para ir nesse Mundial. Eu acho que foi ali que eu virei a chave, começou a virar uma coisa mais profissional. Cada competição foi me motivando a conquistar outro objetivo, e nesse momento o Rio de Janeiro já tinha sido escolhido como sede dos Jogos. Eu decidi que quando eu terminasse o colégio eu ia me dedicar à esgrima integralmente, com foco em ir à Olimpíada. Deu super certo, ainda bem. Mas o que girou a chave foi o resultado do Campeonato Pan-Americano e entrar na equipe adulta, que também foi um ano que eu conquistei tudo que eu podia na minha categoria, ganhei o Sul-Americano. Enfim, vieram muitas medalhas e eu fiquei entre as seis melhores do mundo. Eu acho que esses resultados me motivaram bastante.


Falando de Lima 2019, você teve uma conquista inédita para o nosso país. O que essa medalha representa para você?

Bia Bulcão: Para mim foi incrível. Eu vi os meus primeiros Jogos Pan-Americanos em 2007, eu fui ao Rio assistir as meninas do Brasil competindo. Nos Jogos Pan de 2011 eu participei pela primeira vez, eu era muito nova. Já em 2015, a gente ficou a um toque da medalha. Em 2019 eu enfrentei a mesma atleta que nas duas ocasiões eu perdi no individual. Foi uma mexicana em 2011 e na equipe a gente perdeu a medalha para o México. Acabou que eu cruzei com ela no jogo que me garantiria a medalha. Eu estava com muita vontade de conquistar, sabia que era uma atleta forte e o quanto eu tinha trabalhado. Quando eu resolvi vir para a Itália era muito para ter esses resultados internacionais na categoria adulta, então eu tive nos Jogos Pan-Americanos em 2018. Eu fiquei muito contente. Eu tinha muita motivação pelo que eu tinha feito de chegar lá e fazer o meu melhor e conquistar esse resultado. E eu fiquei contente que deu super certo.


Como a Soul está fazendo diferença na sua carreira como atleta?

Bia Bulcão: Na minha experiência o que a Soul está oferecendo hoje é algo que gostaria de ter tido quando eu era mais nova. Eu tive que descobrir sozinha, com a ajuda do meu treinador. Ele sempre gostava muito que eu anotasse meus objetivos, meus resultados, como eu estava me sentindo naquele dia. Até hoje eu faço diários esportivos de cada dia, ele sempre me ensinou a fazer isso desde pequena. Só que eu não via que muitas pessoas faziam. Eu acho que o fato de você ter hoje uma plataforma que oferece isso vai criar uma outra dinâmica na vida dos atletas, para terem essa mente mais profissional e essas informações mais cedo. Quando você chega em uma idade mais avançada, que você está competindo, você já tem essa experiência e pode pegar todo esse material e utilizá-lo como benefício. Acho que é uma coisa que eu gostaria de ter tido acesso mais cedo.


Como você acha que a Soul pode ajudar no seu esporte?

Bia Bulcão: Eu acho que na esgrima a gente precisa de bastante ajuda. A esgrima abrange várias categorias, da infantil até a veterano, então tem bastante coisa que dá para explorar. Eu acho que algo que analise cada combate ou o resultado com algum adversário, quantas vitórias você teve, depois você vai melhorando a cada dia. Isso é uma sugestão que eu deixaria. Quando a gente compara quantas vitórias começamos a ter ou quantos toques a gente dá por ano, conseguimos ver que a gente está chegando no nível certo.

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